Em tempos de dificuldades financeiras, ou mesmo para economizar dinheiro para atingir um objetivo, a medida mais urgente e costumeira é parar de consumir, especialmente artigos supérfluos. Para muitos, essa é uma atitude difícil, ainda que necessária, pois comprar também é considerada uma forma de prazer e, porque não, um vício.
Foi para se livrar do impulso consumista e equilibrar as finanças que Joanna Moura, uma publicitária baiana que mora em São Paulo há dois anos, resolveu unir o útil ao agradável. Fashonista assumida e consumista idem, ela se viu diante de uma situação complicada: estava prestes a ser despejada de um imóvel e sua conta estava no vermelho. Resolveu então desafiar a si mesma a abrir mão de um hábito que tanto gosta para conseguir sanar as dívidas, mas de uma forma bem criativa. Ela decidiu passar um ano sem adquirir nenhuma peça de roupa e criou o blog “Um Ano Sem Zara”, cujo nome é um trocadilho com uma famosa loja de roupas. Nele, Joanna posta fotos e textos sobre looks montados apenas com o que tem no armário, recheado de roupas e acessórios de marcas bastante famosas. Todos frutos, segundo ela, de “anos de consumismo desenfreado”.
Explorando o próprio guarda-roupa de maneira diversificada, ela também quer, como diz o próprio blog, “ajudar as mulheres a se resolverem com seus armários”. Seus posts são bastante comentados por leitoras, muitas que estão passando pela mesma situação da blogueira, ou até para copiar algumas dicas de moda que ela dá.
A empreitada da publicitária já foi pauta de vários veículos da mídia especializada em moda, como programa de televisão, sites e blogs. Graças a essa repercussão, somada ao fato de Joanna ser cliente da loja Maria Bonita, a blogueira foi convidada para vir à terra natal, na filial do Salvador Shopping no último sábado, 11, para dar dicas às clientes de como se vestir para o Dia dos Namorados. Foi lá que ela concedeu a entrevista para o site Gente&Mercado.
Sobre a atitude de gastar menos, Joanna disse que já tinha pensado nisso, mas não dava muito certo. “Só uma mudança drástica é que ia me ajudar. Eu acabava me enganando, mas comprava a mesma coisa, fingindo que estava comprando menos”. A publicitária conta que sempre teve dificuldades de controlar a movimentação bancária e vivia fora da própria realidade. “Eu convivi com o cheque especial durante muito tempo. Chegou um momento em que eu comecei a perceber que estava pagando juros, que eu estava entrando em um buraco que eu não ia conseguir sair”. Os juros altos são um pesadelo para os que optam por essa modalidade de pagamento, cuja taxa de juros teve um aumento nos principais bancos no Brasil neste mês de junho, de acordo com pesquisa do Procon de São Paulo. As taxas chegam a valores que variam entre 7 e 12% ao mês, com pagamento após 30 dias.
Assim, gastar menos com moda, que é um luxo e, ao mesmo tempo, uma válvula de escape, virou uma necessidade. “O blog foi uma tentativa de fazer com que essa readaptação fosse menos dolorosa, que eu continuasse me vestindo bem, falando de uma coisa que eu gosto, mas tendo um controle”.
A família e os amigos eram céticos a essa mudança drástica na atitude de Joanna, justamente por ela gostar muito de moda e ser consumista, mas à medida que os dias “sem Zara” foram passando, começaram a acreditar que a experiência ia dar certo. “Meu namorado adora, pois eu não chego mais escondendo sacola de roupa dentro da bolsa”. A situação estava num patamar que ela não tinha dinheiro para sair com as roupas novas que tinha comprado.
Depois de 110 dias sem comprar, Joanna Moura conseguiu alguns progressos e acredita que está num momento de reestruturação financeira. “Eu consegui sair do cheque especial, nunca peguei empréstimo, sempre tive medo. E meu cartão de crédito não tem mais nenhuma roupa parcelada, porque isso é outro mecanismo de autoenganação, é uma vitória pra mim. E estou começando a economizar”.
A exposição de seu problema em um blog também ajuda a se manter firme no propósito e chegar até os 365 dias sem gastar com roupa. “Eu sofria muito sozinha com o meu problema de falta de dinheiro. E essas questões sempre são tabus, porque a gente não fica falando pros amigos ‘eu estou no vermelho’. Quando eu fiz o blog, meus amigos disseram ‘eu não sabia que você estava no vermelho’. Para mim, todo mundo sabia lidar com dinheiro, menos eu”. Após um ano, Joanna não sabe com que frequência passará a comprar, mas terá aprendido a lição e será uma consumidora bem mais equilibrada. “Tenho certeza que eu não vou voltar ao meu padrão de consumo anterior”. Como qualquer mulher, que gosta de se vestir (e se sentir) bem, o que ela quer é “consumir de forma mais inteligente, menos louca (risos)”.
Para que não seja necessário chegar à situação de Joanna, seguem alguns passos para o gasto consciente e, assim, evitar o endividamento:
1) Avalie a urgência da compra, perguntando-se da real necessidade ou se apenas quer comprar. Uma dica é elaborar uma lista com os itens que precisam ser comprados, pois ajuda a evitar aquela comprinha a mais.
2) Faça o planejamento financeiro, no sentido de gastar sem comprometer o orçamento doméstico, anotando todas as entradas e saídas de dinheiro em uma planilha.
3) Prefira o pagamento à vista, evitando sempre a necessidade do crédito para não pagar juros.
4) Tenha cuidado com os cheques pré-datados, pois é muito fácil perder o controle das dívidas.
5) Abra uma poupança, pois ela pode aumentar a sua renda com os juros ao longo dos meses. Além disso, é bom estar preparado(a) para imprevistos, como doenças, desemprego e divórcio.
6) Fuja do crédito rotativo e do cartão de crédito, sempre evitando o pagamento do mínimo.
7) Veja qual é a capacidade de planejamento, para não ultrapassar o limite.
8 ) Sempre peça descontos e não tenha vergonha de pechinchar.
Fonte: genteemercado.com.br - Paloma Ayres
Foi para se livrar do impulso consumista e equilibrar as finanças que Joanna Moura, uma publicitária baiana que mora em São Paulo há dois anos, resolveu unir o útil ao agradável. Fashonista assumida e consumista idem, ela se viu diante de uma situação complicada: estava prestes a ser despejada de um imóvel e sua conta estava no vermelho. Resolveu então desafiar a si mesma a abrir mão de um hábito que tanto gosta para conseguir sanar as dívidas, mas de uma forma bem criativa. Ela decidiu passar um ano sem adquirir nenhuma peça de roupa e criou o blog “Um Ano Sem Zara”, cujo nome é um trocadilho com uma famosa loja de roupas. Nele, Joanna posta fotos e textos sobre looks montados apenas com o que tem no armário, recheado de roupas e acessórios de marcas bastante famosas. Todos frutos, segundo ela, de “anos de consumismo desenfreado”.
Explorando o próprio guarda-roupa de maneira diversificada, ela também quer, como diz o próprio blog, “ajudar as mulheres a se resolverem com seus armários”. Seus posts são bastante comentados por leitoras, muitas que estão passando pela mesma situação da blogueira, ou até para copiar algumas dicas de moda que ela dá.
A empreitada da publicitária já foi pauta de vários veículos da mídia especializada em moda, como programa de televisão, sites e blogs. Graças a essa repercussão, somada ao fato de Joanna ser cliente da loja Maria Bonita, a blogueira foi convidada para vir à terra natal, na filial do Salvador Shopping no último sábado, 11, para dar dicas às clientes de como se vestir para o Dia dos Namorados. Foi lá que ela concedeu a entrevista para o site Gente&Mercado.
Sobre a atitude de gastar menos, Joanna disse que já tinha pensado nisso, mas não dava muito certo. “Só uma mudança drástica é que ia me ajudar. Eu acabava me enganando, mas comprava a mesma coisa, fingindo que estava comprando menos”. A publicitária conta que sempre teve dificuldades de controlar a movimentação bancária e vivia fora da própria realidade. “Eu convivi com o cheque especial durante muito tempo. Chegou um momento em que eu comecei a perceber que estava pagando juros, que eu estava entrando em um buraco que eu não ia conseguir sair”. Os juros altos são um pesadelo para os que optam por essa modalidade de pagamento, cuja taxa de juros teve um aumento nos principais bancos no Brasil neste mês de junho, de acordo com pesquisa do Procon de São Paulo. As taxas chegam a valores que variam entre 7 e 12% ao mês, com pagamento após 30 dias.
A família e os amigos eram céticos a essa mudança drástica na atitude de Joanna, justamente por ela gostar muito de moda e ser consumista, mas à medida que os dias “sem Zara” foram passando, começaram a acreditar que a experiência ia dar certo. “Meu namorado adora, pois eu não chego mais escondendo sacola de roupa dentro da bolsa”. A situação estava num patamar que ela não tinha dinheiro para sair com as roupas novas que tinha comprado.
Depois de 110 dias sem comprar, Joanna Moura conseguiu alguns progressos e acredita que está num momento de reestruturação financeira. “Eu consegui sair do cheque especial, nunca peguei empréstimo, sempre tive medo. E meu cartão de crédito não tem mais nenhuma roupa parcelada, porque isso é outro mecanismo de autoenganação, é uma vitória pra mim. E estou começando a economizar”.
A exposição de seu problema em um blog também ajuda a se manter firme no propósito e chegar até os 365 dias sem gastar com roupa. “Eu sofria muito sozinha com o meu problema de falta de dinheiro. E essas questões sempre são tabus, porque a gente não fica falando pros amigos ‘eu estou no vermelho’. Quando eu fiz o blog, meus amigos disseram ‘eu não sabia que você estava no vermelho’. Para mim, todo mundo sabia lidar com dinheiro, menos eu”. Após um ano, Joanna não sabe com que frequência passará a comprar, mas terá aprendido a lição e será uma consumidora bem mais equilibrada. “Tenho certeza que eu não vou voltar ao meu padrão de consumo anterior”. Como qualquer mulher, que gosta de se vestir (e se sentir) bem, o que ela quer é “consumir de forma mais inteligente, menos louca (risos)”.
Para que não seja necessário chegar à situação de Joanna, seguem alguns passos para o gasto consciente e, assim, evitar o endividamento:
1) Avalie a urgência da compra, perguntando-se da real necessidade ou se apenas quer comprar. Uma dica é elaborar uma lista com os itens que precisam ser comprados, pois ajuda a evitar aquela comprinha a mais.
2) Faça o planejamento financeiro, no sentido de gastar sem comprometer o orçamento doméstico, anotando todas as entradas e saídas de dinheiro em uma planilha.
3) Prefira o pagamento à vista, evitando sempre a necessidade do crédito para não pagar juros.
4) Tenha cuidado com os cheques pré-datados, pois é muito fácil perder o controle das dívidas.
5) Abra uma poupança, pois ela pode aumentar a sua renda com os juros ao longo dos meses. Além disso, é bom estar preparado(a) para imprevistos, como doenças, desemprego e divórcio.
6) Fuja do crédito rotativo e do cartão de crédito, sempre evitando o pagamento do mínimo.
7) Veja qual é a capacidade de planejamento, para não ultrapassar o limite.
8 ) Sempre peça descontos e não tenha vergonha de pechinchar.
Fonte: genteemercado.com.br - Paloma Ayres